Principais fatores que afetam a evolução da resistência de plantas daninhas resistentes a herbicidas
O desenvolvimento da resistência a herbicidas em plantas daninhas é um processo evolutivo. Define-se como resistência a herbicidas à capacidade hereditária de uma população de plantas daninhas de sobreviver e reproduzir-se depois de ser exposta a uma dose de herbicida o qual foi originalmente suscetíveis
Os principais fatores que afetam a evolução da resistência de plantas daninhas a herbicidas são: Fatores Genéticos, Fatores Bioecológicos e Fatores Agronômicos.
Fatores Genéticos: São inerentes aos indivíduos de uma mesma população de plantas daninhas.
Características: Frequência inicial da resistência, dominância dos alelos resistentes, tipo de fecundação, número de alelos resistentes, adaptação ecológica.
Entre os fatores genéticos que interagem no desenvolvimento da resistência, um dos principais é a frequência inicial do genoma resistente a herbicidas. Quanto maior a frequência inicial do biótipo resistente, maior a probabilidade de aumentar a proporção de indivíduos resistentes na população, em menor período de tempo, com aplicações sucessivas do herbicida selecionador (Vidal & Fleck, 1997a). Outro fator é a dominância do gene envolvido na resistência. A resistência aos herbicidas para a maioria dos mecanismos de ação é determinada por genes dominantes ou semi-dominantes, localizados no DNA do núcleo da célula.
Fatores Bioecológicos: São resultantes de uma interação entre as características dos indivíduos e a ação do ecossistema sobre essa população.
Características: Espécie, Número de gerações por ano e taxa de reprodução, longevidade das sementes, densidade da espécie, suscetibilidade da planta daninha ao herbicida.
As características bioecológicas das plantas daninhas que conduzem a um rápido desenvolvimento da resistência são: ciclo de vida curto, elevada produção de sementes, baixa dormência da semente, várias gerações reprodutivas por ano, extrema suscetibilidade a um determinado herbicida e grande diversidade genética (Christoffoleti et al., 1994; Vidal & Fleck, 1997b; Vargas, 2003).
Fatores Agronômicos: Agronômicos são resultantes da seleção proporcionada pelas práticas agrícolas.
Características: Grupo químico, residual, eficiência de controle, dose utilizada, práticas culturais, sistema de cultivo etc.
A utilização de herbicidas com residuais prolongados ou herbicidas sem ação residual, mas aplicados repetidamente; o uso de herbicidas com alto grau de eficiência no controle do biótipo suscetível e; as aplicações de doses elevadas proporcionam uma pressão de seleção muito grande, favorecendo o desenvolvimento do biótipo resistente (Christoffoleti et al., 1994; Vidal & Fleck, 1997b; Vargas, 2003).
Desses fatores, os genéticos e bioecológicos são de difícil manipulação para o manejo da resistência, porém de grande importância na avaliação de potencial de risco da resistência. Sendo assim, apenas os fatores agronômicos podem ser manipulados pelo homem na implementação de estratégias de manejo da resistência.
Como estratégia geral para retardar o desenvolvimento de resistência pode-se recomendar o uso de herbicidas nas situações em que seja estritamente necessário. A eventual combinação de controle químico com métodos mecânicos ou biológicos de controle das plantas daninhas, como a rotação e a mistura de herbicidas com diferentes sítios de ação e rotação de culturas de verão e de inverno, vai ampliar o espectro de plantas daninhas controladas e as medidas de controle usadas.
Bibliografía:
• Deuber Robert. 1997. Ciencia das plantas infestantes: Manejo. V:2. Campinas. Pag. 146
• Sabbatini, M.R.; Irigoyen, J.H.; Vernavá, M.N. Estrategias para el manejo integrado de malezas: problemática, resistencia a herbicidas y aportes de la biotecnología. Biotecnología y Mejoramiento Vegetal. VIII.-Capítulo 11. Pag 342- 352
• http://www.agricultura.gov.br/ acessado em 06/11/12 às18:00
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