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Os micronutrientes, também chamados
elementos traço ou oligoelementos, são compostos orgânicos como metais e
minerais essenciais para os organismos, são necessários em pequenas
quantidades, sua falta resulta em uma
deficiência e seu excesso resulta em toxicidade.
Os
micronutrientes são componentes imprescindíveis de enzimas e de hormônios de
crescimento. Os elementos traça são essenciais para as plantas são Ferro (Fe), zinco (Zn),
manganês (Mn), Cobre (Cu), Boro (B), molibdênio (Mo) e Níquel (Ni), além destes
elementos os micro-organismos e Animais precisam também no seu organismo
Cobalto (Co), Cromo (Cr), Selênio (Se) e Estanho (Sn). Outros elementos metálicos como
mercúrio (Hg), arsênico (As), Chumbo (Pb) e cádmio (Cd) não são essenciais para
os organismos, mas podem se encontrar nos solos como contaminantes
potencialmente tóxicos (Patrice Dion, 2011).
As
concentrações dos elementos como íons livres ou complexos solúveis são fortemente
influenciadas por reações abióticas tais como processos de oxido-redução,
fixação a superfícies minerais, Conteúdo de matéria orgânica, formação de
minerais insolúveis, pH do solo, atividade radical, processos de intercâmbio
catiônico e fatores climáticos e de manejo.
As plantas e os microorganismos (bactérias
e fungos) do solo também podem interatuar com os metais e minerais mediante
mecanismos de extração, estabilização, biosorção, bioacumulação,
biomineralização e biotransformação (Lloyd e
Macaskie, 2000).
Os
micro-organismos também são capazes de solubilizar minerais e de cambiar o
potencial redox e o pH do solo. Consequentemente, a disponibilidade dos
micronutrientes para as plantas depende em grande medida da atividade
microbiana.
A ciclagem dos micronutrientes ocorre quando
a litera vegetal é depositada no solo e mineralizada pela biomassa microbiana, o
que libera os metais traço. A produção e a secreção de vários agentes quelantes
pelas raízes vegetais e os micro-organismos promovem a dissolução e a
lixiviação dos minerais e facilita o movimento dos microelementos até as raizes
(Plante AF, 2007).
A maior parte das Fontes de elementos traça no solo são, os materiais
originais (rochas e minerais); Impurezas em fertilizantes; agrotóxicos e águas
residuais; Resíduos industriais e produtos de combustão de materiais fósseis e
vulcânicos.
Ferro
O
ferro é um dos mais abundantes elementos na terra. Existe naturalmente na
superfície da terra em dois estados de oxidação, Ferroso (Fe2+)
e férrico (Fe3+).
É essencial para a nutrição de todos os
organismos procariotas e eucariotas, com a exceção de um pequeno grupo de bactérias
fermentativas homolácticas. É requerido em processos enzimáticos da respiração
aeróbica e anaeróbicas, que envolvem a transferência de elétrons até um aceptor
final.
Os organismos fotossintéticos
incorporam Fe à ferredoxina, que é um fator da via fotossintética. O íon
ferroso (Fe2+) serve como fonte de energia para algumas bactérias,
e o íon férrico (Fe3+) pode se utilizar como aceptor
final de elétrons em varias condições, por parte das mesmas ou de outras bactérias.
A redução do íon férrico e
feita quimicamente e pela ação de algumas bactérias, fungos e Archea que podem
usar Fe3+ como aceptor de elétrons na respiração anaeróbica
isto é comum
em solos alagados, pântanos, e sedimentos de lagos anóxicos. Devido a que os micro-organismos não
são capazes de assimilar as formas insolúveis de Fe, e
considerando-se que a solubilidade de Fe3+
na solução do solo é baixa, algumas bactérias e fungos do
solo têm evoluído a capacidade de produzir substancias quelantes
de Fe3 + (sideróforos). Os sideróforos mantêm
o Fe3+ em solução e facilitam a
sua absorção pelas células microbianas. Após o transporte de Fe3+ para
dentro da célula, o Fe3+ quelado é
reduzido enzimaticamente para Fe2+ é libertado fora
do sideróforo. Uma vez que o sideróforo é liberado pela
célula, serve para quelar Fe3 + novamente.
Exemplo:
Geobacter,
Desulfovibrio, Pseudomonas, Acidithiobacillus, Geospirillum e
Geovibrio.
O Movimento das águas subterrâneas dos
solos anoxicos encharcados ou pântanos Pode também mover grandes quantidades de
Fe2+. Quando esta água carregada de Fe2+
atinge regiões oxicas, o Fe2+ é oxidado quimicamente ou
pela ação de algumas bactérias.
A oxidação de Fe2+
e feita só por micro-organismos de metabolismo quimiolitotrofico, ou seja, que
tem a capacidade de oxidar compostos inorgânicos como fonte de energia, na
presença do oxigênio.
Exemplo:
Acidithiobacillus
ferrooxidans, Ferroglobus, Gallioella, Leptospillum, Thiobacillus
ferroxidans e Sulfolobus.
Os compostos de Fe logo precipitam, e
conduzem à formação de óxidos de ferro, como o Hidroxido Férrico. O Fe(OH)3
precipitado pode espontaneamente interagir com substâncias húmicas para reduzir
Fe3+ e voltar para Fe2+.
Manganês
O manganês é requerido para a
fotossíntese, onde esta envolvido na produção
de oxigênio pelo fotossistema II. Também pode servir como fonte de energia e
aceptor terminal de elétrons em algumas bactérias.
O manganês tem vários estados de
oxidação, dos quais o mangánico (Mn4 +) e a íon manganês (Mn2 +) são os mais
relevantes na obtenção de energia microbiana.
Em presença de oxigênio com um pH
superior a 8, o íon manganês se oxida a íon mangánico tetravalente , este forma
um dióxido (MnO2) insolúvel em água, que não pode ser assimilado diretamente pelas plantas.
Os microorganismos fazem importantes
contribuições para o ciclo do manganês. Na difusão da zona anaeróbia, para a
zona aeróbia, o íon manganês (Mn2+) é oxidado quimicamente e por
muitos microorganismos morfologicamente distintos na água para óxido mangánico MnO2 (IV) valência equivalente a o
íon Manganico (Mn4+).
Exemplo:
Arthrobacter, Pseudomonas, Leptothrix,
Pedomicrobium
Quando o MnO2(IV)
difunde-se para a zona anóxica, algumas bactérias crescem anaerobicamente em
acetato ou várias outras fontes de carbono com Mn4 + como receptor de elétrons.
O potencial de redução Mn4 + / + Mn2 é extremamente elevado, assim vários
compostos podem doar elétrons para redução Mn4 +.
Exemplo:
Geobacter, Shewanella, Desulfovibrio,
Pseudomonas, Bacillus
Além das reações bacterianas bastante
conhecidas no ciclo do manganês, os fungos também intervêm na solubilização e
oxidação deste elemento. Gonzalez-Chavez et
al. (2004) encontraram que a glomalina glicoproteína insolúvel produzida
pelas hifas de fungos micorrízicos arbusculares, pode Sequestrar metais como
cobre, o cádmio e manganês. O que pode ser considerado um instrumento útil
agente de estabilização na remediação de solos contaminados.
Saratovsky et al. (2009) reportaram que muitos fungos podem promover a
oxidação de Mn(II) a Mn(IV)O2, incluindo
o fungo Acremonium spp.. Na
maioria dos casos a redução fungica do Mn é não enzimatica, e se devido a interações
com produtos metabólicos (ácidos Hicroxicarboxilicos como; citrato, lactato,
alato, gluconato) ou componentes celulares.
Molibdênio
O molibdênio é um componente essencial
na estrutura de varias enzimas, como a nitrogenase, a nitrato redutase e a
sulfito redutase, e também pode inibir eficientemente a redução do sulfato.
A fixação biológica de nitrogênio é
catalisada pelo complexo enzimático chamado Nitrogenase, o qual consiste em
duas proteínas distintas, dinitrogenase e dinitrogenase redutase. As duas
contem ferro e dinitrogenase redutase contem molibdênio.
O ferro e molibdênio são conhecidos
como co-fator FeMo, onde ocorre a redução de N2.
A solubilização do Molibdênio é feita
pela ação indireta de algumas bactérias que realizam a oxidam compostos que
contem Mo na sua estrutura.
Exemplo:
A Bacteira Sulfolobus cresce sobre o mineral
molybdenite (MoS2) a 60°C.
A pH
de 1.5–3, as bactérias oxidam os componentes de sulfito do mineral a sulfato e solubilizam
molibdênio
Cobre
O cobre é Catalisador da respiração e
constituinte de enzimas, Intervém no metabolismo de carboidratos e proteínas, Intervém
na fotossíntese e na redução de nitratos.
Os sulfuros são a principal fonte de
subministro de Cu para os solos, sendo os mais comuns o sulfuro cuproso (SCu2), o sulfuro férrico-cuproso (S2FeCu)
e o sulfuro cúprico (SCu).
Na solução do solo encontra-se
fundamentalmente como Cu2+ e formando complexos estáveis com as
substancias húmicas.
A solubilização bacteriana de cobre é
um processo chamado lixiviação
microbiana. A lixiviação é importante para a recuperação de cobre,
urânio e ouro a partir de minerais de baixo grau.
A maioria dos sulfuros metálicos se
oxidam espontaneamente a uma velocidade baixa.
Algumas bactérias podem atuar como
catalisador e acelerar a taxa de oxidação dos minerais que contem sulfuro,
solubilizando o metal.
Exemplo:
Tiobacillus ferroxidans oxida
o Cu+ presente na Calcocita (Cu2S)
a Cu2+ solúvel e forma
covelita (CuS)
Cu2S + O2
+2H ------------> Cu2+ + CuS +H2O
Diferentes
autores tem descrito atividades microbianas em diferentes processos de
precipitacao e acumulacao do Cu.
Purvis e
Halls (1996) Encontraram que nos líquenes pode acumular-se o
cobre. Eles podem também formar uma variedade de Biominerais metal orgânicos,
por exemplo, oxalatos, especialmente durante o crescimento em substratos ricos
em metais (pedras de sulfeto de cobre) dando origem à precipitação de oxalato de cobre que ocorre dentro do talo do líquen.
Bradley
et al. (1982) Describeram que as micorrizas ericais dão proteção a sua
planta hospedeira, crescendo em solos contaminados com metais (Cu), o fungo
evita a translocação do metal na planta.
Fomina,
M. et al .(2007) Reportaram o Moolooite (oxalato de cobre) na
deposição de um biofilme pelas hifas fúngicas , formando um agregado de matriz exopolimerica.
Cloro
O cloro nas
plantas participa na fotólise da água e é muito importante na função dos
estômatos, sua presença é uma vantagem ante o ataque de pragas e doenças
(plantas mais resistentes), os frutos são de melhor sabor e maior tamanho. Nos
animais é um componente essencial do suco gástrico e do soro e participa no
transporte de CO2 no sangue. E nos micro-organismos participa na
regulação da pressão osmótica, que mantém a forma e tamanho da célula.
Decloração
Aeróbia
Os Xenobioticos são compostos clorados
químicos sintéticos que não existem de forma natural, a maioria deles são os
praguicidas, e muitos deles estão relacionados com compostos naturais, pelo que
podem ser degradados lentamente por enzimas. A Decloração pode se entender também como detoxicacão de xenobioticos.
As traves da respiração aerobica a
cloracao de xenobioticos têm uma importância ecologicamente, mas a decloração anaeróbica tem um interesse ambiental
especial a causa da rapidez com que na natureza os habitat microbianos
contaminados viram-se anaeróbicos para degradar os compostos.
Exemplo:
A bactéria Burkholderia
(antes Pseudomona) declora o pesticida
2,4,5-T, aerobicamente, liberando o íon cloreto (Cl-) no processo. Esta reação
é catalisada pela enzima Oxigenasa. Depois da decloracao, a enzima dioxigenasa
rompe o anel aromático do composto gerando compostos que são metabolizados pela
vias do ciclo do acido cítrico para produzir energia.
Decloração
Redutora
Alguns compostos Halogenados (que apresentam pelo menos um átomo de halogênio (F,
Cl,Br, I) ligado a um radical derivado de hidrocarboneto) funcionam como aceptor de elétrons na
respiração anaeróbia no processo chamado, Decloração redutora (Dehalo-respiração)
Muitos compostos podem ser declorados como
os dicloro-, tricloro-, e tetracloro- (percloro-) ethileno,
cloroformio, diclorometano,
alguns bifeniles policlorados (PCBs) e vários compostos orgânicos com bromo e fluor
podem ser dehalogenados.
Muitos destes compostos clorados o
halogenados são altamente tóxicos e alguns podem ser carcinogênicos
(particularmente o tricloroetileno).
Alguns destes compostos
como o PCBs, são muito usados na indústria como dissolventes ou agentes
desengraxastes ou isoladores elétricos, que as vezes são introduzidos
acidentalmente no ambiente causando acumulação de resíduos tóxicos no solo e águas
subterrâneas, onde as bactérias Decloradoras
Redutoras os transformam em metabolitos
inócuos. Estes micro-organimos são de grande interesse como estratégia de
biorremediação em ambientes anóxicos.
Exemplos:
·
Desulfomonile cresce anaerobicamente com
H2 ou compostos orgânicos como doador de elétrons e com
clorobenzoato como aceptor, que é reduzido a benzoato e acido hidroclorico
(HCl)
·
Dehalococcoides reduze tri- e
tetracloroetileno a gás Eteno
·
Dehalobacterium reduze diclorometano (CH2Cl2)
a Acetato mais Formato
Zinco
O zinco Intervém na formação de hormônios que afeitam o crescimento das
plantas (Auxina), Participa na formação de proteínas, Se as plantas não têm o
nível adequado de Zinco não se aproveita bem o Nitrogênio nem o Fósforo, favorece
um melhor tamanho dos frutos, formação do grano de pólen e é um elemento que
esta pressente no álcool deshidrogenase, fosfatase alcalina, aldolase, ARN
polimerase e ADN polimerase
Algumas microrrizas eriais e
ectomicorrízicas podem dissolver cádmio, cobre e zinco (Leyval e Joner, 2001).
Fungos como Aspergillus e Penicillium
spp, têm sido usados para lixiviação de metais: Tais como zinco, cobre, níquel e cobalto a partir
de uma variedade de materiais mineiros de baixo grau, pela ação de Ligados
extracelulares. (Santhiya & Ting, 2005).
Boro
O boro relaciona-se com o transporte
de açúcares, afeita a fotossíntese, o aproveitamento de Nitrogênio e a síntese
de proteínas.
Intervém no processo de floração e na
formação do sistema radicular das plantas, regulando também o conteúdo de água
e formação do tubo polínico
Nos
micro-organismos é Auto-
indutor do Quorum Sensing nas bactérias
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